Depois da tempestade

Data 06/07/2012 20:56:43 | Tópico: Poemas


Que memória restará do clarão branco
do relâmpago que acende a imensidão noturna
quando a voz cega do trovão
rugir sobre o dorso sombrio das colinas?

E das águas que caem em bátegas possessas
saciando a sede profunda das valetas,
que recordações sobrarão pela manhã
quando o sol se incendiar num aforismo de luz?

Gastei todas as vidas a atravessar pontes
só para ver se me esperavas do outro lado do rio.
Com que mãos vou agora agarrar a eternidade
sabendo que nada restará da transparência do teu rosto
depois de passar o cortejo fúnebre da tempestade?





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=226119