Quando a névoa da saudade recai sobre a imensidão Do mar do meu peito, sinto-me grão de areia, Onde as águas sussurram num doce estalar. A solidão se faz companheira na praia das lembranças, Num arder insólito, gélido, insano, Que navega na brisa, num doce penar.
Não me esqueço de esquecer o frio constante Que no silêncio d’alma canta canções que Amargam palavras, embora desditas. Sob olhares que desconheço imagino estar Acondicionado sobre areia solitária Da úmida e fria solidão infinita.
Sinto-me como concha na areia ríspida, Veementemente ilusória, Querendo me consumir. A entrega abandonada e incessante Vagando num só instante Buscando pra onde ir...
Pr. Silvano Silva no livro: "manhãs"
|