[ … e recônditos são os cantos de mim

Data 13/07/2012 19:47:38 | Tópico: Poemas

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e recônditos são os cantos de mim,
quão as rotas que se desbravam,

serei apenas eu penetrado pelas palavras
que deixaste vogando no areal deserto.

Tão longínquo é de mim o aroma do rosmaninho.

Querer-me-ia mar,
querer-te-ia sol, refletindo sonhos uma vez desnovelados
como as petalas levadas pela brisa
que se acumulam nos corais inventados, um dia plantados,

como se as mãos pudessem agarrar um sonho que fosse,
como se as mãos pudessem abarcar um pensamento que seja;

recorda-me esse último beijo, recorda-me esse último adeus.

Recordo-me quando adormecia no teu colo,
algures,
e os silêncios repercutiam ecos nossos.

E tantas são as vezes que me morro de mim sem ti,
como a rododáctila que nasce anunciada pelo gorjear do rouxinol.





[como a rododáctila que nasce anunciada pelo canto do sabiá]







Canto do rouxinol ou do sabiá

sabiá- do tupi=saui'iá= sabiá, ou mavioso canrtador. Ave típica do Brasil. É comparado ao melro e ao rouxinol
Foi um estudante de Direito de Coimbra que, em 1843, num acesso de saudades de Caxias (MA), Brasil escreveu o poema “Canção do Exílio”, onde aparece a referência ao sabiá
“Minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá;
as aves que aqui gorjeiam
não gorjeiam como lá”
Depois, muitos autores citam essa bela ave , José de Alencar cita o sabiá em vários dos seus livros

(que resistam os dois finais)



“A palavra rododáctila, foi criada por Homero, “embevecido com o belo amanhecer na Grécia, onde ele antropomorfiza Eo, a deusa da aurora, simbolizando-a na rosada mão aberta, fazendo desaparecer as trevas e trazendo o tom rosáceo, prenúncio da luz de um novo e lindo dia.” (Vida da palavra – Nascimento vida e morte das palavras de Frei Hermínio Bezerra, no seu blogue www.herminio-bezerra.blogspot.com/)



[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]



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