A minha primeira vez

Data 20/07/2012 13:18:00 | Tópico: Poemas

A primeira vez que vesti uns collants foi um acontecimento muito especial
Mudou muito a forma como os via ate então
Lembro-me de ter sido uns collants de vidro já usados pla minha prima mais velha
Sempre a axei convencida e com a mania que era mais mulher
Parecia que queria meter uma especie de ciumes por os usar e eu nao
Um dia esperei
Entrei no quarto dela e la estavam as collants como que esquecidos no fundo da cama
Eram estes collants que sempre quis experimentar
Tinha de ser ali naquele momento que os ia vestir
Lembro-me de sentir o coração prestes a explodir
Como que se estivesse a fazer algo de errado
Ou era simplesmente excitação
Lembro-me como se fosse hoje
Fechei a porta do quarto
Fiquei nú da cinta pra baixo
Demorei imenso tempo até perceber como os vestir Cuidadosamente e sem os rasgar
Pouco a pouco
Fui-me metendo dentro deles
Já vestido olhei-me ao espelho
Passei as mãos pelas pernas acima
Senti o toque que me fez apaixonar ate hoje plo nylon das collants de vidro
Parecia uma segunda pele
Fina
Macia
Delicada
Sentia-me tão bem assim
É ai que a minha prima entra no quarto
Viu o cenário todo
Acho que se houvesse um buraco era onde me metia naquele segundo
Vergonha da minha parte
Risos ironicos da parte dela
Fui apanhado
Anos mais tarde
Um momento muito querido
E depois de muitos anos sem usar collants
Foi aquele dia em que pela primeira vez comprei eu próprio um par de collants
Escolhi um grande supermercado para fazer a compra
Fiquei um pouco nervoso
Algum do nervosismo recorrente
As minhas histórias tem muito a ver com a excitação agradável provocada pelas situações e não apenas com embaraço ou timidez
Mas queria tanto passar pela experiência de comprar eu próprio uns collants
Avancei
Lá estava eu na secção de artigos íntimos de senhora
Só a sensação de me encontrar ali me deixava-me mil à hora Tanta coisa bonita meu Deus
Uma miragem de conjuntinhos lindos de morrer
Todas as cores e feitios
Com rendas
Cetins
Tules
Alcinhas fininhas
Lacinhos acetinados
Corpetes
Cintos de ligas
Bodies
Enfim
Uma genuína loucura
Não me sentia nada deslocado confesso
Era o voltar aquela tarde no quarto da minha prima
Sentir tudo de novo
Mas de uma forma mais intensa
Sendo isso óptimo não convinha dar muito nas vistas
Bem
Talvez um pouquinho porque sabe bem dar nas vistas
Mas não em demasia
Bem
Eu estava ali para comprar collants e tinha de me controlar
E agora ...
Que cor escolher?
Compro de vidro?
De licra?
Gosto de azul
Mas cor da pele é só por si um “must”
E o cinza é tão fino
Ai
Os de rede são tao femininos
Bem
Não consigo descrever tudo porque foi maravilhoso
A palavra maravilhoso não chega por si só para classificar o que senti
Atrevo-me a dizer que pensei querer ser mulher pra sempre
Usar sem tabus todos aqueles collants
Hummm
Depois de me decidir seguir ir a caixa para os pagar
Na caixa estava uma rapariga na casa dos vinte e poucos
Não deixei de ver um sorriso maroto da menina da caixa quando me viu com 2 pares de meias de vidro
Disse que era para pagar com multibanco
Acho que ela entendeu tudo desde o inicio
Perguntei
-“nota-se assim tanto que são pra mim os collants”
Tremia como nunca quando lhe dei o cartão pra mão
Ela so sorriu
Peguei no talão afastei-me
Pressenti que o olhar dela me acompanhou
Simplesmente adorei aqueles olhos presos em mim
Como que a imaginar-me sensual
De collants de vidro vestidos


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