O livro caiu-me assim desamparado, num chão liso de arestas redondas, as folhas desmembradas que assim separadas viraram folhetim de uma novela inacabada, página por página de letra fina e miudinha, palavras…mais palavras derramadas por esse chão que piso e queria alcatifado de verde. se consome desfeito pelo peso das palavras emudecidas, vejo-as ainda a voltear, folha a folha, palavra a palavra pelo chão que não é meu até a inércia as calar nesse rodopio que lhes inventei. Como me alegra vê-las à bolina sem vento, provocada só pela sua leveza, palavras que li e jazem agora num chão que foi meu. Olho de cima as folhas desconjuntadas e leio a negrito na última página a irónica das palavras, a que eu não queria ler, mas que procurei sempre em cada página que virava, volteada pela ponta do meu dedo humedecido pela língua lubrica… …Fim.
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