Não te vou esquecer, fico como rocha em penhasco no abismo que me provocas, aquela que pensas que vai cair e passados anos quando a visitas está lá, orgulhosa e altaneira.
Não te vou esquecer, seguro-me nos meandros da memória, do corpo que desperta quando os lábios e a pele recordam e as mãos sentem como se tocassem de novo.
Não te vou esquecer ainda que da rosa, reste a pétala entre as páginas do livro agora bolorento onde a guardei. Outrora viçosa, esmifra agora, porém orgulhosa ainda da cor que ostenta.
Não, não te vou esquecer, quero-te para lá do tempo medido, quero-te sem tempo em desmesura rebelde, apunhalar-te a noite e esporear potros bravos no teu ventre.
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