Sem

Data 10/08/2012 21:26:49 | Tópico: Poemas

Eu sou sem.
Mário de Andrade foi
e será mais de trezentos.

Sou sem-amores
descendo escadas.

À mesa, finas bolachas
para servir a ninguém.

Traço a sina nordestina
nos calos das mãos e dos pés.


As flores de cactus,
são ofertas doadas
aos deuses da chuva.

Entregam-se as mãos,
ao ritmo dos pandeiros
e bandolins.

Eu sou sem nada
colado ao corpo.

Sopram os ventos do norte,
as saias desbotadas,
penduradas nos varais.




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