Cio: Sem Pecado e Sem Juízo

Data 13/08/2012 00:29:18 | Tópico: Poemas

Parecia uma loba no cio
Uivava feito uma cadela
O suor descia igual um rio
Fazendo vapor na pele dela.

Confesso que tremi de frio.
Mas logo fiquei feito panela
De pressão com aquele chio
Que resolve qualquer querela

Quando vi a penugem amarela
Parecendo as ramas de trigo;
Quando vi que ela era a costela
A Eva que me eleva ao Paraíso.

De primeira não senti a sequela.
Depois foi que eu ouvi o grito
Que, acredito, chegou à Venezuela
Passando por Santiago, Bogotá, Quito...

Era o gozo vindo de forma singela:
Dois amantes, dois poemas escritos
Em um quarto fechado, sem janela,
Sem pecado e sem nenhum juízo.




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