OLD PARR & BAILEYS (rep.)

Data 07/09/2012 18:16:34 | Tópico: Poemas

Dá às palavras a liberdade de não serem. Toma-as gentilmente como se as levasses numa dança e põe-nas a dormir. Aconchega-as com um cobertor que o frio hoje aperta. Mas deixa-as.
Já viste que mesmo sem elas continuamos juntos olhando o infinito sem nada falar e no olhar tudo dizer? Deixa as palavras! Porque elas castram, obliteram, ferem, obrigam, falham em promessas que não poderão ser cumpridas e, no fim dos tempos, serão esquecidas.
Eu sei que é uma visão muito parcial, injusta até, porque o verbo também existe para libertar, para salvar, para aproximar, para curar… Mas para nós, que hoje faz frio lá fora, esta é a nossa verdade. A quietude é a nossa doutrina.
No silêncio também se vencem batalhas e se conquistam cidades. No silêncio acolho todas as palavras que me acenas com um sorriso, com um gesto. E no silêncio, respiro a menta que exalas e me refresca a alma.
E se juntos no silêncio, juntos em qualquer ruído e em todas as melodias.
Cheers to us!


Para ti, J., que me devolveste a serenidade do silêncio- fevereiro 2010



Para ti, J., que devolveste o verbo amar aos meus lábios - 07-09-2012



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=230359