Independência do Barriga Verde - LIzaldo Vieira

Data 08/09/2012 15:12:32 | Tópico: Poemas

Independência do barriga verde – Lizaldo Vieira
Salve a teimomosia
A valentia
A irreverência
Gente que bebe
Pinga do junco
Se arrocha no buzu
Xinga
Briga
Mata
Morre
Com fogo e faca
Nada sai de graça
Nessa eterna desgraça
Mais também samba
Zomba
Manga
Pula feito pipoca na panela quente
Salve nossa gente
Nua
Crua
Descalça
Cristã e valente
Malandra
Apesar da desgraça
Nos barracos das favelas
Nas terras áridas
Tem feras
Feridas
Lutando contra a miséria
Há mil anos instalada
Sedente de providencia
Não sede de comida e agua
Mais acima de tudo
Da tal justiça social
Olhar pros quatro cantos
Contar a reca de barrigudinhos nos dedos
Os dias que faltam
Fazer figa
Pro fim do mês chegar
Pra ver ovai cair
Na conta da bolsa fome
Fome de boas almas
Que com justiça
Governe o mundo
Arre égua
Que processo infindo de sacanagem
Nunca culmina com a emancipação de ninguém
Santa ignorância
Amarrado no cordão
Vida do lixão
Lá vai o zé ninguém
Checar a pendura na bodega
Aumentar o fiado
Culpar á quem..
Cristovam Colombo
Alva Brasil
Pedro primeiro
Por interminável dependência
PROBLAMAS DE RAIZ
Jornal
A rádio
A televisão
E internet
Nem falam da vida em desgraça
Por que agora a independência
É celebrada
E o barriga verde ao largo
Catando latinha e pet
Vendo carrões voando
Gente bebendo e pulando
Na fantasia do mundo de exclusão.





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