[… e tantas são as viagens que me alumbram

Data 11/09/2012 19:46:08 | Tópico: Poemas

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e tantas são as viagens que me alumbram,
quiçá por sonhos nunca dantes realizados
onde se degustam silêncios vogados ao vento
que sempre me arderam.

Ignescente memória revelada
nestes olhos sem choro que miraram além da proa,
além das níveas montanhas.
relembra-me, acolhe-me enquanto o ceu estreleja pelo entardecer dos dias em verão.

Que se extingam as palavras que os deuses libertaram,
que rocem o infinito desejo, quão perenes
penetram mar adentro, quais viagens desassossegadas
mitigadas pelo som destes marulhares sempre presentes.

Acolhe-me em sorriso, desnovelando
cousas incertas aprisionadas, ilusões outrossim,
relembra-me, uma vez mais,
a cor das cerejas dissipada por entre sussurros só nossos.

Inda me peregrino em mim, sabê-lo-ás.

[-Senti-lo-ás? Perguntar-me-ei.]







Seja-me abnócio, o encadear novamente do olhar

"
I

“Ouço-te, ò música, subir aguda
à convergente solidão gelada.
Poço-te, ó música, chegar desnuda
ao vácuo centro, aonde, sustentada
e da esférica treva rodeada,
tu resplandeces e cintilas muda
como o silente gesto, a mão espalmada
por sobre a solidão que amante exsuda
e lacrimosa escorre pelo espaço
além de que só luz grita o pavor.

II

Amor que as asas sobre o corpo nu
fecha tranquilas no possuir da sorte.”

(“”Requiem” de Mozart” Jorge de Sena)

“- Na verdade vos digo, os pássaros que morrem caem no céu e as cinzas de Maria Callas vogam pelo mar Egeu.” do ciclo uma sílfide adormeceu no leito de uma orquídea branca.



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