
Rebelião de Sentimentos
Data 16/09/2012 21:24:03 | Tópico: Poemas
| A guerra estava hostilmente declarada Numa arena de amplo campo de batalha, Contrastes no perfil de dois lados de uma navalha Em que apenas um empunhava perigosa espada.
O Mal era acintosamente liderado pelo Ódio Que manipulava adjacentes sentimentos com Rancor; Era seu ideal destroçar o Bem, aprisionar o Amor E, assim, estabelecer entre os inimigos o divórcio.
Nada poderia diluir tão ardilosos planos Adredemente configurados ao longo do tempo, Instante sonhado pelo devaneio do suprimento De criaturas desterradas por insensíveis desenganos.
Ao som dos clarins inicia-se a aventura E o Orgulho ultrapassa a linha demarcatória de combate, A Vaidade singra pelos ares o espaço com seus confrades, Mas o inimigo está em festa e indiferente à luta.
Não havia armas em mãos dos opositores, Só a palavra que edifica o testemunho da fé, Sobre soberba nave a Esperança mantinha a todos de pé E o perdão era o conchavo para os contraventores.
O Mal perdeu forças ante o juramento da Humildade Que em intensa rogativa pedia pelos deserdados, Justiça e Liberdade cada qual por seu lado Reiteravam que os malefícios da vida precisam da Solidariedade.
“É dessa forma que estão preparados para a guerra?” Desabafou ironicamente o incansável Ódio... “Todos aqui e agora são prisioneiros do Ópio E rendo homenagens à Covardia meliante em todas as esferas”.
O Ciúme e a Inveja tentaram ferir os adversários E o Preconceito tudo vasculhou à procura do Amor... A demente Vingança temia ver o ódio decompor Cada sentimento e reconstituí-los de modo arbitrário...
Percebe-se que no Mal a ditadura é inconstante, Não há um comando que implante real respeito, O que se Vê é a Falsidade impondo despeito, Por isso a Ambição deteriora-se a cada instante.
O Carinho com o apoio da Ternura pediu a palavra E propôs ao ódio o desligamento das armas, Disse-lhe que nunca encontrariam o Amor numa farda, Pois que estava fora do alcance de qualquer camarada.
Em sua ignorância o Ódio irritou-se profundamente E incitou seus congêneres à morte de todo o Bem, Ali estavam entregues à própria sorte e sem ninguém, A mercê de um final trágico e impenitente.
De repente o som de uma trombeta provocou silêncio E espessa chuva se espalhou pelos campos, As armas despencaram de todos os cantos E o sol aqueceu a terra úmida num nobre incêndio...
Foi a Esperança que trouxe o recado aos adjuntos, Informou que o Amor não tem existência solitária, Está na Saudade, na Solidão, em todos de maneira igualitária Formando do Todo um só Conjunto!
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