
Esconjurados pela indecência
Data 17/09/2012 11:54:39 | Tópico: Poemas
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quero sentir as tuas unhas cravadas nas minhas costas como uma suplica de um templo inexistente onde a Besta me possui e eu deliro num carrossel de espelhos malditos onde os nossos corpos se perdem esfaimados condenados pelas línguas empoleiradas que nos olham insaciáveis de escrúpulos queima-me nos teus braços, é lá que eu quero arder nos gritos dos nossos gemidos esconjurados pela indecência insalubre da insalubridade dos dogmatizados não quero mais calar a voz de quem me cala não beberei mais espinhos a sangue frio porque o sabor da rosa que beijamos é o mesmo quero sentir o humedecer da terra e sublimar-me no lívido do teu corpo como uma orquídea selvagem
Conceição Bernardino
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