Despir-te das amarguras

Data 26/11/2007 00:12:03 | Tópico: Prosas Poéticas

As vezes quando te dispo, nego a mim o prazer de despir e te visto com os carinhos que esqueci de dar, com a luz que sobrou do nosso ultimo olhar, com as marcas do nosso amor, com folhas secas que marcam as paginas de um livro antigo e querido bom de reler como te leio.Te visto com sorrisos de criança, com pétalas de rosas vermelhas, coloco guirlandas sinfônicas dos meus sabias neste corpo onde não consigo ver o tempo pois te visto da juventude madura do meu amor.As vezes quando te dispo, dispo de você todas as maldades do mundo, todos os momentos ruins, todos os dias amargos, todos os sorrisos amarelos, todas as más noticias, todas as tardes frias de junho,desencantos tantos que te visto após te despir. Te visto de realidades minhas encantadas em você, com as ruas queridas da minha cidade, te visto num monumento ao que sinto, quando te dispo.As vezes quando te dispo desnudo sua alma e vou tirando peça a peça os defeitos que te incomodam, te dispo do cotidiano amargo, das incertezas certas, das ansiedades desmedidas, do medos de jamais ser despida .As vezes quando te dispo procuro o que falta em meu corpo pois teu corpo o completa tanto que o meu não pode ser um sem o seu, as vezes quando te dispo te visto de mim e coloco em seu rosto um sorriso despido de amarguras. quando te dispo as vezes...
Carlos Said
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