[ … e deixa a poeira destas encruzilhadas invadir]

Data 19/09/2012 06:17:51 | Tópico: Poemas

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e deixa a poeira destas encruzilhadas invadir
este tédio que me repete,
que me cobre como o tafetá,
santifica-me a emoção em escarlate, nudez essa
de teu peito coberto por nuvens em cirros,

mas...

ensina-me a colher o mel pelo ocaso
onde miçangas reluzem, estrelas cadentes também,
quando o mar se espraia para além das violetas adormecidas,
[clareia-me a noite].

Na verdade dir-te-ei,

pudesse ser eu o verso que treme pelo anoitecer,
pudessem ser as mores distâncias apenas o simples respirar,
pudesse eu afundar olhares de adamastores sempre irados,
pudesse sossegar-me como o aloé que nasce da estrada,
enquanto habitas estas divisões quais páramos em mim.

[E repetir-me-ei: ensina-me a colher o mel pelo ocaso...
que fazer, perguntar-te-ei].






Seja-me abnóxio o encadear novamente do olhar

"Sim! Sou um poeta e sobre minha tumba
Donzelas hão de espalhar pétalas de rosas
E os homens, mirto, antes que a noite
Degole o dia com a espada escura.”

(Ezra Pound)


“- Na verdade vos digo, os pássaros que morrem caem no céu e as cinzas de Maria Callas vogam pelo mar Egeu.” do ciclo uma sílfide adormeceu no leito de uma orquídea branca.



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