Margaridas

Data 19/09/2012 23:04:18 | Tópico: Poemas

No palor da madrugada,
Passos apressados recortam silhuetas,
Encurvadas de olhar esguio e triste.

Aos poucos a cidade desperta,
E se tinha adormecido sozinha,
Esquecida e abandonada,
Acorda num turbilhão de vozes,
Desejosas de amar.

As rua surgem revoltas,
Como lençóis desalinhados numa noite de volúpia,
E pelas esquinas correm rumores,
Que Adónis e Afrodite se amaram
Enquanto a cidade dormia.

Do Rossio, estuário de todas as ilusões,
O perfume das flores invade becos e avenidas,
Uma cançoneta de criança é sussurrada…
As margaridas agitam as pétalas
E cantam “bem-me-quer, mal-me-quer”.

Delas se espera, que conquistem o mundo
Com a imensidão do seu olhar


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