
A bruma dispersa-se ao cair a primeira gota de orvalho O chilrear das aves anuncia os primeiros raios de sol E o mundo acorda sobre os braços do vento que o embala. Para trás ficou o medo e as sombras da noite O sono pesado não justo que mereço A consciência do que fiz, a consciência do que deixei por fazer. Sento-me sobre a terra húmida Deixo a sua energia entrar em mim, Peço purificação, peço redenção. Os Sons do mundo segredam-me palavras de conforto O vento abraça-me protegendo-me, As árvores balançam, esticam os ramos para me acalmarem. Junto-me a elas neste bailado O sangue corre mais rápido nas minhas veias, A respiração aumenta, Sobre os meus pés, o meu corpo liberta-se nesta dança, O rodopiar da vida. Imagens surgem na minha mente, Um rosto, um olhar, um sorriso Caio no chão por exaustão Vejo o céu como um peão rodando por cima de mim. Lágrimas, não de tristeza… Vazio… Acabei de te exorcizar de mim.
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