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 PrometeData 30/09/2012 20:06:58 | Tópico: Poemas
 
 |  | Começo a ficar para trás, O meu horizonte cada vez mais será a linha
 No inicio da curva da estrada.
 Ainda vou esticando o braço, a mão, os dedos
 Para alcançar a tua sombra,
 Sei do cheiro do teu corpo florido,
 E do gosto da fonte cristalina dos teus lábios.
 Saberei sempre que estarás aí,
 Porque também aprendi a sentir-te na ausência.
 
 Senta-te agora um pouco na minha frente.
 Coloca os cotovelos sobre a mesa,
 Os braços para cima e apoia o queixo nas palmas da mão,
 Os dedos semicerrados na curva inferior do teu lábio.
 Foi assim que uma vez olhas-te para mim,
 Na longa distância e senti um mar de ternura.
 Quero que me prometas uma coisa,
 Uma coisa simples apenas:
 Promete-me que nunca vais deixar
 Que a navalha do tempo,
 Por mais lenhos e cicatrizes que venha a incutir
 Molde em ti a pessoa que não és.
 Promete-me que serás sempre senhora das tuas vontades,
 Dos teus sonhos, das tuas lutas,
 Indiferente aos ventos de inveja,
 Aos maus-olhados, às más-línguas.
 Nunca deixes que os outros,
 Trapeiros das misérias do mundo,
 Vistam em ti aquilo que não és.
 
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