Pentateuco de Maria Madalena
Data 04/10/2012 10:10:49 | Tópico: Poemas
| Cumpramos as ordens e o estilo Deleitemo-nos com arte amena Esculpamos a Vénus de Milo Copulemos, Madalena!
No Reino do Leste, navego no Nilo A artéria viril da mulher serena deste canal donde te sugo o mamilo fecunda moça, que te vejo em Viena
Mozart, Beethoven, escutai-me que Freud já me analisou Vénus, Afrodite, abraçai-me
que o amor por aqui passou Removei-me ó ninfas o açaime que o Danúbio me inspirou
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Se o Danúbio é insípido, o Tejo é salgado Mas o sal retira a clarividência Quão difícil é o amor regrado: a carne da consciência
O Danúbio é cinzento, o Tejo é claro! Mas é nesta aurora da inteligência quando se nega a penitência e o fado que se forma a magnificência
É no escuro que se vê o Iluminado Imune ao estímulo que deturpa É quando nasce o homem consagrado
que à humanidade arranca a burca Surgiu então a Luz no crucificado concebeu uma prostituta
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Chamam-te Judas, Madalena! Por que me traíste, se te sonhei? Evitei-te a mais crua pena! Foste tu Mulher, quem mais amei!
Trocaram-te os nomes, quando sangrei e choraste com a minha trágica cena Aquele momento grafou a Lei que vou desvendando em Viena
Inicio-me nos mistérios do Saber que me sabe a sangue este poema Por que me traíste, sem querer?
Recompensa tão pequena! Amei-te tanto minha Mulher Chamam-te Judas, Madalena!
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O luxo e a mulher são da mesma massa traíste-me por trinta moedas pois Eva e a serpente, são desta raça que se deixa tentar contra as regras
Puseram-te a burca e a mordaça Maltratam-te, lançam-te pedras E não há nada que não faça para te remir destas guerras
Madalena, fala-te Jesus Tu Mulher, foste a minha amada Fecundei-te na sacra Luz
genética e consagrada e ao me veres em suplício na cruz deste por ti, embaraçada
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Maria Madalena, és sacral porque deste mundo, o meu reino já não era germinaste-me o Santo Graal o cálice onde fecundei a quimera
Seguiste a aurora boreal A minha linhagem ver, quem me dera Ficaste pela Europa central Com a semente, onde te fecundei a terra
Guerras, misérias e peste Perturbaram-te o sangue real Exércitos vindos do Leste
pilharam-te o leito sacral voltaste-te para Ocidente e viste um trono seguro: viste Portugal!
---Post scriptum ---
São treze os períodos por ano que tens, esplendoroso ser divino Sentada ao lado de teu amo naquela ceia, bebíamos vinho
E quando o teu nome chamo e te vejo o belo rosto feminino ergo-me, e de peito ufano aos discípulos, revelo meu destino
Porque tu Madalena, já mo havias dito Confessaste-me o arrependimento Entregaste-me o dinheiro maldito
E a meus pés, choraste o lamento Fecundo é o número trinta, predito Gritaste depois, ao me veres na cruz em tormento!
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O ‘M’ é a letra décima terceira e tu tem-la Maria, a dobrar depois dos nos amarmos em erma eira a meu lado vieste cear
E te puseste em choradeira pois não me querias atraiçoar. Na ceia, houve quem te chamou de rameira Ergui-me e orei: a todos devemos perdoar
Pelos milénios vindouros Mulher, já sofreste tanta pena Maltrataram-te os mouros
Demonizaram a trezena Pois hoje, coroo-te com os louros Perdoo-te Madalena
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