A mágica da história

Data 06/10/2012 13:33:42 | Tópico: Textos -> Amor




A mágica da história


E agora! O que será da história, se ela não encontra ninguém para contá-la?

O banco onde o contador de histórias permanecia sentado está vazio e mesmo sentindo a falta dele, as pessoas continuam se aglomerando na esperança de escutar um bom conto.

O vazio daquele banco silencioso feito de madeiras velhas aguça o despertar da curiosidade dos espectadores, que já estão acostumados a viajar na imaginação do mestre das aventuras.

Toda aquela expectativa causada naquele local parecia fluir um resultado inesperado, só não conseguimos entender se era uma estratégia do hábil contador ou da própria história, que vagarosamente circula dentro de cada cabeça numa criação imaginária diversa.

O próprio banco vazio passa a ser um narrador invisível. Imaginemos que a alma do contador permanece sentada ali e sem uma palavra consegue produzir um leque de imaginações criativas, algumas produzem risos, porém outras chegam a arrepiar.

A própria história vaga pelos olhares focados naquele banco vazio e não entende. São tantas opiniões criativas diferentes, que ela chega à conclusão de que ali todos tinham uma boa história para contar. E que faltava apenas um pequeno impulso encorajador para toda essa magia aflorar.

Um mendigo totalmente abandonado pela vida sentou-se ao banco e falou:

- A partir desse momento, esse será o banco das histórias, onde qualquer um poderá se sentar e tranquilamente contar a sua história, seja ela verídica ou não.

Logo ao sentar no banco, o mendigo foi reconhecido pela história, que aliviada reconheceu o bom contador. Ele não só queria contar, como também queria ouvir bons contos, que as pessoas guardam e não contam para ninguém.

A história se entregou àquele mendigo, que confortado com a sua presença mostrou a quem o escutava o quanto a vida é bela, que a felicidade da vida está no amor pelas pequenas coisas, onde a felicidade parece ser costurada por pequeninos detalhes capazes de construir uma vida equilibrada e agradável. Terminou dizendo:

- Eu amo a vida e sou uma pessoa feliz.

O homem se levantou do banco que logo foi ocupado por outra pessoa com outra história. Nunca mais aquele banco ficou vazio, já que todos nós somos contadores de histórias. Basta apenas começar a contar.

- Sente e conte a sua!

Paulo Ribeiro de Alvarenga
Criador de vaga-lumes
Para iluminar pensamentos




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