QUALQUER LOUCURA

Data 07/10/2012 03:03:39 | Tópico: Poemas

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QUALQUER LOUCURA

gaguejava odes entre vãos de pernas das moças.
lá do chão, praguejava - alto – dos voos das moscas.

insuflava de seus idílios até os delgados e alvos lírios.
iludia de altos delírios os tatus escondidos dos buracos...

inventava uns espaços frios para o sol queimar
ao discursar os seus apimentados descalabros

deixava o âmago do seu tonteio saltar-lhe
das veias como um febril canto de sereia

a lhe embelezar de poesia vadia, desmiolada,
sem um ínfimo juízo viril na telha...

a loucura, era sua perdição particular, seu lar.
e como exultava ao dizer que ela era sem cura...

(Gê Muniz)



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