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Data 11/10/2012 19:52:53 | Tópico: Poemas
| Duas vidas tão diferentes, Perfeitas em solidão de astro, Conjugando-se, agora, em rota irregular De meteorito errante, sem destino. Essas vidas embevecidas No laço breve dos dias e noites, E és noite, madrugadas De lua ensolarada, Iluminando-te o rosto lhano Sem sonho ou mistério, Sem quimera ou segredo. Em tua vida, Todos têm pele, sabor, carícias, O sonho insonhado, antes vivido, Quimera transida de medo e desejo, Segredo rasgado por leitos e veios Ideal feito De seio e regaço, De promessa e abraço Qual árvore de pomos pendidos, Quase todos colhidos, Iguarias comuns de raro quotidiano. Quão diferentes nossas vidas! Ainda assim se uniram, Encararam-se e, após o fascínio, Sobreveio o estranhamento. Uma que é pura invento, Teoria sem experimento, Invenção jamais provada Pelo vento, pelo mar e os homens, Conservada como relíquia, dor No fundo de gavetas esquecidas. E a tua: (invejo-a!) A vida sem reticências, A interrogar vetustas exclamações. Texto bem acabado, Muitas vezes revisto, Escrito na tênue folha marinha das águas. Tua vida: queimadura, cicatriz, Gozo e generosidade. Belo 14 Bis, Zepelin, Mais uma vez, Alçando-se aos ares.
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