Mas há ainda o perfume das flores

Data 23/10/2012 11:54:50 | Tópico: Poemas

Estava além
Da minha lucidez
Um palmo acima
Da sua insensatez
Lembrava tudo
Como se fossem
Tulipas brancas

Era a minha
Primeira noite, aqui
E ela ali tão
Desassossegada-mente
Não se sente

(Mas há ainda
O perfume das flores)


Estava aquém
Da sua embriaguez
Um passo à frente
Outro passo atrás
Vasculhava os jardins
De pedra

Espiava as catacumbas
Ainda frescas
Absorvia a dor dos mortais
Alegoricamente
Consente metódica
A mente na praça
Na mais intrigante
Exposição da sua pequenez

(Mas há ainda
O perfume das flores)


Abrupta-mente
Reconheceu-me
Na essência
Da sua malvadez
A mente indiferente
É míope na fronteira
Que divide o tempo
E segue no tempo
Sem hora

Cegou de vez!



Poema enviado para concurso DRACA


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