,quer o ser redimir-se, jamais as cores

Data 25/10/2012 21:51:56 | Tópico: Poemas

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Se a face esconde nuvens dispersas,
que se sufoque o beijo.

Ilumina-se a loucura, crocodilos alados
vagueiam sem sentido por entre o perfume de madressilvas imemoriais,
e quando peixes voam sem destino, sentimentos se dirá.

Rasgue-se o escrito que vagueia por paraísos irreais
reinventados a cada momento,
a dor fica de fora, expectante, atroz.
A miséria também, entediante, sem verve.

Dos regressos esperneados por sonhos
descoloridos,
quer o ser redimir-se, jamais as cores,
e dos braços, como arbustos fustigados pelo furacão,

seja feita a vontade, em suave toque, sem o pulsar
da carne.

Regozija-se o cansaço impiedoso,
naquele mesmo momento, único,

[por entre o perfume das madressilvas, imemoriais].










Textos de Francisco Duarte



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