Poema para ler e cheirar

Data 26/10/2012 19:42:07 | Tópico: Poemas

.

Borboletas de acrílico e alquimia.
Pássaros de metal azul.
Tráfego celeste.
Aviões de rastro químico,
peste epistêmica disseminada
pelos ares
e aros grossos das lentes de hoje.
Lentes de ler jornal
lentamente.
Doente e adverbial
sempre mentindo
para dar o estado de ato,
de constância,
de modo.
Ser, estar, parecer,
para ser.
Alucinadamente
é mente que alucina.
Perdidamente.
Carinhosamente.
Absurdamente.
A mente mente.
Ela mesma, coisa-gente,
com eme de merda ao início.
Este poema cheirou mal
ao final.
Escatologicamente.

.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=234097