A última encenação da mente

Data 30/10/2012 22:57:24 | Tópico: Poemas





Permite-me
que abra novamente as cortinas
deste palco calcinado onde as pegadas
se misturam em rostos seminus
na celestial vertigem de ver o mundo
no desassossego da mente.

Permite-me
que acenda as luzes ao cair da noite
com as suas precipitações de fugaz espuma
e topázios inveterados no firmamento
das ávidas mãos sussurrando-me segredos
e pedindo clemência.

Permite-me
chorar ao cair do pano e viver
nos saudosos rostos a memória luzente
no holofote das metáforas,
e rir-me, rir-me de mim e dos figurantes
que vagueiam dentro da minha mente.

Conceição Bernardino



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