MALÍCIA

Data 05/11/2012 13:14:03 | Tópico: Sonetos

Há requebros de mel no pronunciar-te,
(traquejos de cinzel em sábia arte),
um não-sei-quê que chamo de delícia,
nesse dizer profano de malícia.

A língua que humedece a tua líbido
alia, quase em prece, um doce líbito,
a um jugo aniquilante, por sevícia,
no jogo embriagante da carícia.

No tanger, a palavra se apraz cio,
e sem querer é escrava do cicio
quando a boca, inocente, a pronuncia.

Malícia só é signo de maldade
se a vicia o desígnio de verdade,
quando fraca semente a elicia.






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