RIACHO DA SAUDADE

Data 09/11/2012 21:00:02 | Tópico: Poemas -> Saudade

RIACHO DA SAUDADE


Segue as águas, num caminhar constante,
sei que ignora, sua viagem tão longa...
Que deixará, sua mina tão distante,
não ouvirá mais, o canto da araponga...

Sei que não sentirá, saudade da nascente,
da grota fria, nem das noites de luar...
Vai espalhando pela margem, a semente,
segue rumando, na direção do mar...

Não sentirá saudade desse ermitão
nem dos tristes sinos da ermida...
Caminhando sempre com a solidão,
deixando em seu caminho, a vida...

Nasce entre pedras, tão limpinha,
e abastece minha bica, e a tapera...
Da nascente, minha casa e vizinha,
sou o verão, suas águas, a primavera...

Vai embora, vai formar um ribeirão,
não se lembre, de quem longe ficou...
Nunca recorde, do lamentoso violão,
que sua nascente, muito visitou...



GIL DE OLIVE


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