Quando eu vir o pôr do sol em Islay mais uma vez, vou fechar os olhos para namorar a saudade e todos cardos roxos vão lembrar do que ainda é, do que sempre foi.
A poesia inalcançável que era apenas tua deitará junto a mim e eu, e eu vou te falar das coisas que ficaram para trás antes mesmo que pudéssemos escolher entre a vida e a morte.
E por um tempo quase eterno, seremos infinitos como as florestas no outono, como as palavras que foram ditas no escuro do ventre porque sabemos que no fim está o princípio do amor.
E por alguns segundos, verás estrelas quebradas em meus olhos negros e eu te direi que a distância é uma nuvem, é um salmão sorrindo num rio de sonhos entre o agora e o antes.
E quando a noite chegar em Finlaggan, deixaremos nossas almas à beira do céu para renascermos, para brotarmos nos campos silenciosos e floridos da Escócia e a vida nunca mais, nunca mais chorará por nós dois.