Surdo e não mudo.

Data 19/11/2012 20:04:43 | Tópico: Poemas

Construí estes meus muros,
Com um forte sopro de fogo os esculpi,
Assim fiz como quis.
Só tu e eu, nesta dança que escolhi.

Poderíamos mandar parar o mundo,
Mandar nos céus e roçar na lua...
Por que não posso fazer isso contigo?
O silêncio em volta da minha boca,
Condena esta minha prepotência.

Nosso jantares surdos e mudos,
O som que ensurdece constantemente,
O desejo do eu poderia,
Mas não me posso confortar.

É que eu sangro, ultimamente,
internamente por um dia passado.
Ao ponto de morder a língua,
Entrelaçando exaustivamente os dedos...
Os meus...os teus.

Palavras cortam como uma faca
Poderias realmente dizer,
O que ainda não foi dito.
O desejo estava aqui, bem aqui,
eu queria que ficasses bem perto...

A minha raiva é melhor queimada,
Num noite quente em frente à lareira,
Eu pensei que não era, mas estou aqui te dizendo...


Não me ligues...
Vou morder a minha língua,
O que há de tão grande sobre a grande ilusão,
É uma breve explosão para ti,
E para mim, uma tão modesta vibração.

Uma simples e bela aventura,
A demência senil, talvez,
uma maneira de rir ou partir.


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