As pupilas dilatadas da saudade

Data 20/11/2012 11:00:37 | Tópico: Poemas





No verde dos olhos esconde-se uma flor de aço
Na ilusão comestível do entardecer os passos
Apressam o aspecto do meu corpo, corro
Como limalhas em horas de ponta à procura
Da última chuva que se acomoda na lama
No silêncio os violinos molham-me o rosto

Os dedos dormentes abrigam-se num fólio
De sílex sobre as pupilas dilatadas da saudade
Ama-me antes que a chuva se dissolva
Num adeus prematuro nos teus lábios.

Conceição Bernardino




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=235706