O pardal, a seara e o ser

Data 21/11/2012 18:04:04 | Tópico: Poemas


Quero ser,
só ser sem mais nenhum objectivo,
carregar pela boca a minha existência
e puxar a culatra da minha palavra,
disparar certeiro os meus versos
em estrofes espalhadas
aos pardais que me decoram a existência.
Deixem-me ser tão só pela simples falibilidade
uma mira simples tão eficaz
quanto o que a minha vista alcança
em campos de seara espigada.
Espalho o loiro trigo
para apascentar os meus pardais
que existem só para ser
num debicar constante e teimoso,
mas são,
numa alegria simples que eu invejo ser.
Quero tanto ser…
o pardal,
o vento,
a terra,
a seara,
sol ameno que a aloira.
Ser, só.




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