
Deixa-me ser menino outra vez
Data 27/11/2012 15:22:01 | Tópico: Poemas
| Deixa-me ser menino de novo soltar-me pelas decências da rebeldia moça e pelas indecências também, soerguer-me dos espaços verves de luz e aninhar-me na essência da noite, outra vez com os sentidos encarcerados nos braços dardejando o olhar, franqueando caminhos exaltados até às estrelas que refulgiam ímpares, nas primícias da idade.
Deixa-me ser petiz, sibilino e dilema viver os gestos no bulício manso da idade arquear os desejos na inocência de os ter e sair ileso, ressurgindo iníquo como um animal arquejante a aplacar as dores do nada.
Deixa-me ser criança, prostrada, tresloucada ser a fraturante emoção que a palavra abastardou como néscios e párias hiatos de um tempo a menear-se no ar onde a palavra se fez homem e quase se afeiçoou.
Deixa-me ser novamente o ausente que regressa o olhar que enfeitiça e brilha na afronta do tempo arrastado pelas emoções que perduram inebriadas com o fim da escuridão entre vultos que nos seguem pelo resto dos nossos dias.
Deixa-me ser criança de novo e fazer meninices nos umbrais do tempo abraçar os dias como uma mulher nua enrodilhar-me nas tentações que embriagam mas sempre com uma mão na aduela da vida…
|
|