,disfarçam-se alguns outros

Data 27/11/2012 22:21:41 | Tópico: Poemas

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(I)

,é na orla que se escondem os corpos,
simples,

e as fuligens que restam, tão longe,
amontoam-se em pântanos,
apavoram-nos

esses interiores escuros, fingidos, frágeis,
finge-se.

,disfarçam-se alguns outros.

(II)

,tem vezes que anseio noite,
como fuga, arrojo exausto
símil à travessia gasta, desgastante o dia,

e quando as palavras, se destecem ponto por ponto,

perdidas como o vinho vomitado, inquieto-me.

, inquieta-me o odor do jasmim que se liberta
além

,além do mar.

,despontam pétalas que se espalham, invadem
as tardes de outono acastanhadas,

aquém-terra,

e já ali, mergulho, por este mar acima,
sem destino, sem pressa,
simples,

singro-me,

ou esqueço-me.

(III)

[a quem importa, se nem a mim?]







Textos de Francisco Duarte



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