Leia para mim e eu voltarei para você...

Data 04/12/2012 04:24:30 | Tópico: Homenagens

quando a emoção em um peito aberto provoca um engarrafamento, mais parece um navio em chamas. há momentos (nesse navio) em que posso sentir a alma afundar, enchendo meus braços de saudades. a palavra então passa a escrever com o corpo, com a voz, assume um ar de quase divindade ao quebrar uma louça valiosa, mergulhar na loucura de sorrir e ser dissolvida na primeira chuva. saudade vitalícia, delicadamente dividida entre muitas conversas, cafés, durante anos na esquina da sala; como se dobrasse uma flor de origami. o verbo passa a conduzir, em ‘ter’ com sua ausência, caída ao meu lado, imersa da pele até os ossos em minha necessidade quase invisível de estar prestes a ser invadida pelo chão ainda molhado da lembrança e nessa hora entra a mão de Deus... e me faz vasta, no tremor das suas asas.



Vania Lopez



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