
*Oscar Niemayer
Cento e quatro anos aqui viveu, Com a lucidez da mente ativa, Papel na mão criava bela curva, O mundo o conheceu seu apogeu.
A vida é um sopro passageiro, dizia, O dinheiro coia sórdida comentava, Nada vale, e no sonho se comprazia Nos rabiscos, a ação se completava.
Polêmico até, não entendiam o belo Só o olhar na contemplação decerto, Trazia emoção, no talento, no zelo, Duzentas telas arte, molde e concreto.
O homem é uma casa, em seu pensar, Precisa de conserto nas portas e janelas, Entrada e saída vejo em seu poetar, Mal projetado rui nas passarelas.
Brasília é tatuada com teus riscos, A história há de levar pelos séculos, Traços e modernidade sem confisco Mirando tua obra sobre espéculo.
Vai, Niemayer, arquitetar do outro lado Com linhas curvas talento e precisão E diz pra Deus, Senhor sou o achado, Dentre tantos cumpri minha missão.
Sonia Nogueira
|