Senhora dos Ventos, sua espada partiu a noite em duas, alargando as nuvens pagãs sobre o céu dissoluto.
Rainha da Chuva, seus raios chicotearam as horas de cristal, espatifando os minutos e os segundos. Te admiro espalhando as estrelas.
Eparrê Iansã! Odara Iabany!
Vejo tua força alargando o horizonte enquanto eles viram as cabeças para contemplar os teus tornados debochando de seus corações duvidosos.
Rainha de Tudo Limpe o céu deles com os teus olhos líquidos. Rainha dos Furacões, não chore por eles e nem por mim.
Eparrê Iansã! Levante as tuas mãos e reescreva o cego destino porque o caos nunca é o fim. E se tempo houver, ensine-me como andar de joelhos pelos mundos de espelho.
Senhora dos Ventos, dance enquanto o teu fogo queima o sol. A Nigéria te clama, Odoya Matamba
Deusa das Chuvas, cavalgue as chamas e guie-me quando o céu estiver de cabeça para baixo e o chão estiver no alto.
Eparrê Iansã, és o salto entre a vida e a morte, e a sorte, és a canção de ninar que a chuva chorando cantou para os Orixas.
Karla Bardanza
Você está ouvindo Rita Ribeiro e Maria Bethânia cantando Iansã.