Reflexões e um monte de palavras soltas

Data 13/12/2012 13:33:54 | Tópico: Prosas Poéticas

Um poema pode ser uma declaração de amor ou um lamento, que não é de tristeza mas sim representativo da sensibilidade do autor ou simplesmente retrato do momento que ele vivencia. Quando beijamos na poesia é uma viagem que percorre uma boca tão desejada e escorre pelo corpo devagar, com um respeito desrespeitoso e temos na poesia o ser amado por inteiro. Mas quando termino de escrever minha boca ainda continua seca e aquela boca tão distante da minha, tanto quanto antes. A distância da minha cabeça com os meus lábios é tão pequena mas é infinita a estrada entre os meus pensamentos e ações, talvez formada por duas paralelas que jamais vão se encontrar fora do texto ou em outro contexto. Quantas bocas não beijei assim, quantas não beijarei e cada beijo dado serei inteiro dela, feliz e triste ao mesmo tempo, serei muitos e a mulher beijada será única e especial naquele momento. Assim é a poesia e assim vai o poeta, as vezes sonha dormindo e na maioria do tempo vive acordado sonhado, quantas vezes desligado da realidade.E assim vamos seguindo, sonhando com os beijos que queremos dar. as carícias sem fim e as noites mal dormidas, onde acorda-se procurando ao seu lado o que surgiu agorinha tão perto e forte na imaginação. Todo poeta em todo santo dia ao se imaginar junto ao ser amado carrega consigo a tristeza do não ter com a felicidade do ser completo em versos, sente que dentro dele ainda pulsa a vontade de beijar, as vezes de chorar ou desistir mas todas unidas com a vontade de amar. Por mais paradoxal que seja se ainda temos lágrimas significa que ainda temos líquido, combustível que nos move, e jamais seremos secos por dentro, pode ser que a vida até nos conduza por caminhos que não pedimos, não sonhamos mas ainda teremos o papel e a caneta, a frase que veio do nada, a inspiração repentina.. e com tudo isso podemos sobreviver e amar, sim da nossa maneira particular, mas vamos até o fim descrevendo um sentimento que não tem fim. Além do mais poema nunca combinou com coerência, na poesia sou mil mas amanhã posso ser apenas eu, desnudo, e nada do que disse tem valor algum.
Poesia é nossa munição, arma poderosa muitas vezes num mundo que insiste em responder
NÃO.



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