O teu corpo tinha

Data 05/12/2007 12:20:29 | Tópico: Poemas

O teu corpo tinha
o fogo-fátuo das promessas maceradas,
enzimas e leveduras ébrias da minha alma.

A tua alma tinha
a minha, cativada em grilhões livres
de ser palavra.

A cada tarde em que o Sol se despia sobre o mar
se despedia lento o olhar
A cada noite em que o mar se elevava, supremo
no beijo do luar
eu era tua, integra, completa.

E a nossa noite, amado,
era uma sereia transparente de corpo encimado
em diademas límpidos de relento.

E o dia rasgava em mim auroras boreais
de bem querer,
de um mundo em festa,
se, debulhadas grinaldas, eram em ti dúcteis giestas.

... há tanto tempo!


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