Deixe-me beber deste cálice

Data 08/01/2013 19:16:23 | Tópico: Poemas

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são versos senhor...
são versos!

saídos de risos
de crianças.
São versos sim,
meu senhor,
são versos
empurrados
em balanços
de infâncias...

perdão,
meu senhor, perdão!
pelas pedras
que me sujam as mãos...
são versos, confesso...
são versos
extraí'dos
profundos
ribeirões!

são versos,
senhor, são versos...
que lavaram
e vestiram-me de calma
se for pecado, senhor...
se for pecado...
perdoe-me, que perdi
minh’ alma...

entre tantas
insônias furtivas
rebelei-me e fiz-me
fugitiva
enquanto dormias,
meu senhor,
enquanto dormias,
a sina poética
se cumpria.

abstrai'das
realidades do mundo,
resta-me fazer esta rogativa...
pra amenizar
teu jeito iracundo
reforço minha acusativa...

tantos versos, senhor,
tantos versos,
que dançaram
em minhas fantasias...
o que vês esvaindo
de (meus)dedos

é meu sangue
coagulado em
poesias!




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