
profeta não sou
Data 08/01/2013 20:31:20 | Tópico: Poemas
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Quando seguro o tempo só pra mim, sorrio!
Tem sol brilhando lá fora têm flores, pássaros, pipas e cantigas de viola... Molecada jogando pelada, rio fazendo marola... Mesmo que borre dedos descrevo... Descrevo o que vejo, delineio, invento Penso n’um sonho... Sonho!
Sempre chega um invasor... o vento murmura assanhando-me os cabelos – Menina tome tento! Descabela-me e descompõe... e deixo o queixo ficar na mão, me recompondo mas vejo folhas de verdade correndo pela calçada.
[Nossa! Rodopiaram...]
Um pé de vento deixa versos no pensamento.
Um rosto sorrateiro se embrenha na mente. A fonte pretensiosa do amor acaba por se fazer presente...
- Mas do toque, ausente - [Diz a saudade, só por maldade] Passo os olhos pelo céu, e fiapos de algodão parecem carrossel... Lembro de um parque na infância, alargo meu sorriso: Roda gigante rodando e a lembrança ordenando: - Embarca!
Embarco e provo doces, macios, etéreos... Algodão-doce! [Acorda!]
Grita o papagaio cortando o céu feito um raio. Cai o lápis assustado pela arruaça. Também também caio no agito. Sopro a pena. Purifico. Vou atrás de outro tema. Velejo e minh’alma rema outra cena! [quieta...] Novamente vejo olhos amendoados e quentes. Fruo, surfo pelas meninas, contornando os abrolhos lambidos por ondas de paixão.... Mas não quero essa música! [Isso é só confusão!] Troco a partitura, mudo o refrão...
Dedos amortecidos, doridos pedem compaixão
Mas vou mais ali! Corro atrás do ocaso buscando inspiração... A lua sai em alerta prateia radiação; Passa esnobe e altiva e me deixa na mão... Leio um caminho de estrelas [não decifro] mas invento o escrito... Escrevo o que vejo, o que sinto, o que provo... De novo e de novo!
Não sou discreta... O amor por letras, clama e exclama encavernado dentro de mim... Ouço os gritos das palavras querendo liberdade! Dúvidas se manifestam... O que sou?... Quem sou?
Não sou profeta... Não sou profeta!
Serei eu poeta?
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