
O ÊXTASE DA DOR IMPOSTA POR UM FANTASMA
Data 05/12/2007 13:40:08 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| O ÊXTASE DA DOR IMPOSTA POR UM FANTASMA
Posso vê-lo, insidioso. Não, não adianta se ocultar atrás do rotundo conjunto De nuvens neutralizadoras. Não, tal manobra, a mim, É assaz notória; e, no entanto, tão oclusa na alameda Do esquecimento do pretérito mais-que-perfeito da alienada Memória do leprosamente oprimido mundo.
Talvez seja por decorrência desta diplomacia de crocodilo que, patrocinando o digladiamento de raivosos sobreviventes de indeléveis tirânicos extermínios, quem sabe, consiga extrair do sangue derramado no solo das funestas batalhas os metais auríferos que lhe fazem o maior titã dum cosmo onde o ser indi-vidual se sobrepõe a tudo, até mesmo ao universal instinto coletivo, o qual nós, ainda que tênue e inconscientemente, venhamos cultivando há tempos.
E como gosta de saborear o sangue alheio ou o seu mesmo. E como sente prazer em se afogar no mar de um sadomasoquismo Verdadeiro. E como seu sorriso aflora vivaz quando, da emersão da tragédia, O palato degusta o olor do tesouro a ele benfazejo. E como seu sorriso aflora ledo quando, da emersão da tragédia, Vislumbra um oceano sem fim de porções do vil metal Dardejante E altaneiro] E como gosta de pensar que, da exposição de vísceras, brota uma Paisagem magnífica. E como gosta de pensar que, da corrosão plena, rutila e viceja A mais pura forma do que seja o êxtase da beleza...
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