Nos nós dos dedos

Data 06/12/2007 15:59:07 | Tópico: Poemas

Nos nós dos dedos,
lassos, verdes,
a limitar alvoradas purpurinas
crepitam ventos
disseminados, lentos, difusos.

Nas mós de pedra alva
congregam-se, bailando, labaredas
entediadas em vestes sempre ciganas.

Prosseguem-se sonhos quebrantados em nós d’afecto,
de gestos tão mudos,
tão silenciados que,
apenas brandas sedas,
rastejam, afagando, a fria pedra.

Por sobre a mesa em constrição,
apenas a cinza,
o incenso,
a mirra.

Nos nós dos dedos
estalam peles ressequidas,
chagas purulentas das nossas feridas.



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