Esse mar que me deste não era salgado nem parte do legado onde as palavras se cruzaram...
Era um mar amansado sem rédeas nas asas aladas de uma caravela negra...
E foi nesse mar imenso que me perdi num colossal mergulho...de onde emergi com o sal no olhar e as mãos a remarem...
Ao encontro do cais com âncoras de ferro nas amarras frias de um invernia solta no cume da Primavera...
Entreguei o corpo às areias com as ondas brancas a enroscarem-se no meu silêncio dançamos uma utopia por escassos momentos...
No despertar ficou somente a memória daquilo que fui...nas esquinas de uma morada incerta onde os degraus desvendam mais uma parte desta história...
O mar retira do seu seio tudo aquilo que dele não faz parte...em parte os náufragos sobrevivem com a força de um rio que não deixa de correr...
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