Sereno

Data 28/02/2013 00:55:49 | Tópico: Poemas

Cobre-me a noite, devagarinho,
quase em remorso
(hoje não escrevi um poema),
despeço o dia, regresso ao ninho

:

e agradeço ..

o cheiro a flores líquidas,
a algodão lavado

o toque macio,
os lençóis de sempre

a paz do silêncio,
a entrega de mim

a janela ampla,
o mar estrelado

a lua cruzando
o deserto do frio

as sombras pacíficas,
os quadros do quarto

as ausências vitais,
os sorrisos delas

o quarto quieto
reunindo-me a elas

e agradeço ..

:

o poema que desce, devagarinho,
acção de graças
(em línguas de quase inconsciência).
Sereno agora, rezo baixinho.




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