pedro, meu neto

Data 02/03/2013 17:19:27 | Tópico: Poemas

a noite é longa,
é fria.
ruídos soam mais altos,
realçam no (in)pulsar da noite.
por muito tempo
as noites já não são
tão frias,
nem tão silentes.
recolho-me,
retorço no leito
e finjo,
que durmo.
foge de mim
o lerdo sono
da madrugada.
escorre pelos poros
o ruído da poesia
nesse hiato
entre o dormir
e o divagar.
os versos são frios,
sedosos e incontidos,
escorrem-me da face
para o leito
amarrotado,
sem arranjos,
sem coragens.
o sono vem
em profusão agora
e me rouba
o pequeno trisco de coragem,
que eu não tive
para criar.
pela manhã,
me desperto
avô de Pedro.
mais uma vez avô!
os netos,
são filhos sublimados,
sensações incontidas,
são a pureza da insciência;
materializam-se
numa nova manhã da vida,
radiantes
como versos,
escorridos para o papel.



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