A vagina (e, vá lá, o pênis também)

Data 06/03/2013 00:52:48 | Tópico: Poemas

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"enxugaste-me as lágrimas com tua vulva,
abrindo espaço para chorar muito mais em teu profundo"

Autor: Ninguém importante, eu mesmo, Milton






A vagina





A vagina tem essa variedade de rimas, assim como
Virgínia, Cristina e, Gina, um nome ou uma provocação.
Para quem gosta isso vai dar ao infinito,
Sem trocadilhos ou com. Ao gosto e desgoto.

Então para não ficar enfadonho,
Cito apenas as virgínias que se insinuam entre as virgens,
Mas só para não recitar o tédio e a mesmice,
Se é que me permito ser entendido.

Mas este mimo que vai entre as coxas de belas mulheres
E também entre as feias, sem acreditar nas feias,
Pois todas a depender do viés são lindas,
Já enfeitaram muitas e fratricidas guerras.

Tróia, só para lembrar umazinha (outro trocadilho?),
Até hoje se canta em verso e prosa
E em belos acordes na voz de Amelinha.

A primeira guerra mundial,
A segunda guerra mundial
E a terceira, sendo juncada,
Já pode até ser nascida e estar andando por aí,
Acima de um belo par de joelhos, desfilando por qualquer passarela
Ou shopping de quinta categoria numa cidade qualquer.

Freud endoidou nessa obsessão, seu “baluarte”,
Jung superou sem abandonar o vício,
Emma que o diga,
E Wilhelm Reich queria instituir o bacanal.

Ah, e o s beijos, não podemos esquecer este imbróglio,
Lábios maiores e menores,
Encontrando lábios e bigodes do homem,
Para formar esse estranho quarteto de cordas em vocais mudos.

Ventosas que no afã de ocupar o mesmo espaço,
Penetrando e se deixando penetrar,
Se aproxima muito do suicídio (in)voluntário,
Nessa falta de ar.

Língua e hímen se confundem nesse linguajar insólito
E a fala fica perdida nesse labirinto de gozo.
As duas em suas respectivas gargantas profundas,
Desaparecem nesse abraço alagado
Ou mar ou suor, sabe lá,
A lubrificar e engendrar lutas absurdas em
Amores, divórcios, negócios,
A compra de um carro, de um covarde homicídio,
A construção dos mais altos e belos edifícios.

Quantos poemas, este mesmo que escrevo,
Tão feio aliás,
Escritos para esconder uma bela vagina entre letras
De um vernáculo, quem sabe, já decadente
Ou em colunatas firmes de uma escrita sublime.

Ah, vaginas, tão pequenas e humildes,
Mas engolem os homens, todos a sorrir,
Alguns a gargalhar na hora suprema da permuta.

E pensar que todos passam por esse conduto Estreito,
Como a lembrar que o caminho do bem
É assim mesmo, difícil de transitar.
E pensando nisto me faz lembrar no ato do criar,
Da procriação e de todo esse mar de amar tudo.

Não fosse outras premências o homem ficaria ali
A povoar a terra até não sobrar espaço para fornicar.
Abririam muitas outras guerras é bem certo,
Entre uma rápida trepada e o zunir por cima das cabeças,
As balas e o tonitruar dos canhões embalando
A convicção do ato.

Moral dessa história intramuscular:
Aqueles que não gostam, querem ter uma.
Roberta Close taí, não me deixa mentir.





O pênis (só gosto do meu e em atividade)





Sobre este tópico, tão típico ao humano,
Aos animais de um modo geral,
Não me ocorre nenhuma inspiração.
Em aprofundamentos, só conheço o meu.
Desculpem-me!

Em épocas de frio, gelidez, por exemplo,
Sempre levo este susto.
Quero fazer um xixi.
Cadê?
O danado sumiu.




MF.



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Pronto, com estes últimos escritos finalizo o tema, não irei mais compor a anatomia humana nesses termos, chulos. De agora em diante será os existenciais, tão ao gosto da minoria.

PAZ!



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