Soltura

Data 10/03/2013 10:32:03 | Tópico: Poemas

Soltura

Não quero
não me submeto
a um novo padrão...
Meus braços são asas de gaivota
e os meus passos
voos de condor...
Lá vou
lá vou no vento
como doida varrida
entre o não
e o sim tão repartida
a procurar o sol
a lua
a nuvem do espaço...
Sou como a chuva
sou assim
transformo a água dos meus olhos
em rios de cetim...
Sou como a neve
se me esmagam no chão
devagarinho
transformo-me em lama
nas pedras do caminho...
Sou como a tília velha
da Avenida
por fora verde
por dentro carcomida.
Não quero
não me submeto
a novo padrão.
Deixem-me ser assim
São meus amigos
e a contar
são tantos!
E se desistirem de o ser
fica o papel e a pena
para poemar os desencantos.
Deixem-me ser assim
De outra maneira
seria pena
seria uma asneira
deixava de ser eu
a tola Helena.
Maria Helena Amaro
Inédito, dezembro de 2009
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2013/03/soltura.html



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=243255