
Nota de falecimento e convite para o sepultamento
Data 12/03/2013 21:07:32 | Tópico: Poemas
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Nota de falecimento e convite para o sepultamento
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(poema feito por puro divertimento, sem nenhum valor literário)
Tardiamente informamos a ninguém que, Vítima de cruel e covarde crucificação, Morre o amor todos os dias. Embora alguns teimem no controverso Ressuscitamento, outrossim informo que, De qualquer modo nunca foi encontrado o corpo, Desde o seu nascimento, Também envolto em magníficos mistérios e Controvérsias ainda maiores, Disputado, inclusive, pelos contundentes homens bombas Lá do Ceará, quero dizer, nos desertos do Saara e Naquelas bandas do Médio Oriente. Aliás, o fórum tem sido intensificado em todos os lugares. E como o azar nunca caminha sozinho, Morreu também seus seguidores fiéis, A dona solidariedade, a gentileza... etc... E todos que fazem parte dessa malta Que tentavam transformar esse mundo, Vejam só, num lugar habitável, Levando em consideração e na pior das hipóteses, As leis que regiam O mesmo famigerado amor. Algo pra lá de sem noção, dizem alguns críticos E antropólogos dessa área socialmente problemática.
A morte também entra em estado de decomposição, Já que ninguém deu guarida ao crucificado e, Que por causa disso, foram considerados todos em pleno óbito Neste mundo carregado de vazio, Entrando a mesma na mais profunda desilusão (e aí não sei se me faço entender). Sem forças para procurar o sagrado alimento, Caiu no próprio abismo e veneno, o jejum. O mundo agora é dos zumbis e dos poetas, Que são eternos enquanto durepox E mais teimosos, muito mais, que uma mula.
Informo ainda que, o enterro nunca será realizado, Já que o defunto, por força da condição que o transcende, Não pode, de jeito nenhum, ser apresentado.
Quanto ao seu espólio, também controverso E um tanto dúbio, deixou-o à esperança (já velha, cansada e de malas prontas), Um até logo e um adeus. A esperança vai usar em seu último aceno Que, segundo os adeptos de schopenhauer, Isto já aconteceu, embora ninguém queira observar, Por isso este outro debate no espaço desabitado.
Quanto a mim, deixou este poema Que vai ser lido por quem não tem nada melhor Para fazer. Também não vai adiantar, aviso logo, Mandar-me ao plantio das batatas, Porque poetas vivem no mundo da lua E lá só se planta poesia mesmo, e a esmo; Que, segundo pesquisadores, é o único alimento Que poderia trazer à vida, os zumbis. Mas a sutileza do paladar que vai nessa planta É por demais execrável à grande maioria dos mortos-vivos, Acostumados à massificação violenta dos enlatados.
MF.
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