
pique-niké
Data 13/03/2013 04:13:55 | Tópico: Poemas
| poemas curtos, puxando a sardinha pro leminski. criada pela urgência do mínimo, pela maré da síntese, pela poesia perdida nos bolsos e nas bolsas.
eis-me niké, pra quem quisé.
I
no acoito cuba libre & um calibre trinta e oito
II
era um verdadeiro gênio até fazer poema com gás lacrimogêneo
III
já que tudo passa passa a cachaça pra cá e tudo isso passará
IV
prossigo a viagem no meio, baixa estação na ida, alta voltagem
V
a lua sangra o homem singra um choro na manga nas mãos uma pinga
VI
seu pé quebra todo mundo olha cada olho em pedra
ela nem olha de lado põe na canção a queda e baila de pé quebrado
VII
eu ando meio ruim, meio bom. meio fora de mim, meio fora do tom, meio som. ando meio, e fim.
VIII
cigarro, café, jornal: o cotidiano, afinal, é um pedaço de plano.
IX
amor é novo mercado: o preço do beijo varia do varejo pro atacado
X
entre a comédia e a tragédia sobre o que passa e o eterno um verso escrito no caderno: antes na merda que na média
XI
a estrela mais bonita tirita de frio - o céu parece escuro mas é só vazio
XII
meu negócio é gente que curte poema curto entre o absorto e o absurto
XIII
ela e eu mais eu e ela e esse amor: se não poema, canção-tema de novela
XIV
teu sorriso de vela me chama, vou de cara: caravela.
XV
poesia não importa,
exporta
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